
O texto é estruturado a partir do contraste entre a paisagem européia e a terra natal - jamais nominada, sempre vista com o olhar exagerado de quem está distante e, em sua saudade, exalta os valores que não encontra no local de exílio. A construção patética (de pathos, comoção) é feita pela repetição das idéias expostas nos versos iniciais e pela súplica dos últimos versos.
O poema é marcado por uma contenção formal, uma economia de termos e um cuidado métrico que seria aos poucos abandonado pelos poetas românticos posteriores. Sua forma equilibrada tornou-o material perfeito como texto declamatório. A grande exposição do poema ao longo da história literária brasileira teria, para alguns autores, banalizado a criação ao ponto de extrair do leitor contemporâneo o impacto inicial de seus versos.
A Canção do Exíliofoi amplamente recriada e parodiada, principalmente pelos poetas modernistas; dois de seus versos estão citados no Hino Nacional Brasileiro ("Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida, mais amores."). Estas são algumas das inúmeras releituras e citações que o poema de Gonçalves Dias recebeu, a partir do Modernismo, pelas mãos de diversos poetas brasileiros:
Canção do Exílio - Casimiro de Abreu
Canto de Regresso à Pátria - Oswald de Andrade
Europa, França e Bahia - Carlos Drummond de Andrade
Nova Canção do Exílio - Carlos Drummond de Andrade
Canção do Exílio - Murilo Mendes
Canção do Expedicionário - Guilherme de Almeida
Uma Canção - Mário Quintana
Jogos Florais I e II - Antônio Carlos de Brito (Cacaso)
Canção de Exílio Facilitada - José Paulo Pais
Lisboa: Aventuras - José Paulo Pais
Sabiá - Letra de Chico Buarque de Holanda e música de Antônio Carlos Jobim
Terra das Palmeiras - Taiguara
CANÇÃO DO novo EXÍLIO - Hênio dos Santos
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