domingo, 27 de abril de 2008

Juiz determina que hackers leiam obras clássicas para serem libertados
Redação Portal IMPRENSA

Um juiz federal do Rio Grande do Norte determinou uma condição inédita para conceder a liberdade provisória a três jovens acusados de praticar crimes pela internet. Os rapazes terão que ler e resumir, a cada três meses, dois clássicos da literatura.
As primeiras obras escolhidas pelo juiz Mário Jambo, 49, foram "A hora e a vez de Augusto Matraga", conto de Guimarães Rosa, e "Vidas Secas", de Graciliano Ramos.
Os acusados Paulo Henrique da Cunha Vieira, 22, Ruan Tales Silva de Oliveira, 23, e Raul Bezerra de Arruda Júnior, 30, foram liberados na última quinta-feira (17), após nove meses presos por envolvimento na Operação Colossus, da Polícia Federal.
A operação, deflagrada em agosto de 2007, investiga uma suposta quadrilha que roubava senhas bancárias pela internet. Foram cumpridos 29 mandados de prisão no Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Paraíba.
Ao conceder a liberdade provisória aos três jovens, o juiz listou 12 condições, como não freqüentar casas de prostituição, lan houses e salas de bate-papo virtual. Jambo, que há três anos atua como juiz federal, disse que a Justiça precisa sair da "mesmice".
Os três rapazes aceitaram as condições e já estão soltos. Como os jovens são peritos em internet, o magistrado determinou que os relatórios sobre as obras deverão ser feitos pelos jovens de próprio punho.
Sobre a escolha das obras de Ramos e Rosa, o juiz destacou o caráter educativo. "Nada como ler um 'Vidas Secas' para perceber o que é vida dura, o que é necessidade de dinheiro."
"A decisão [judicial] foi uma forma de integrá-los à sociedade e uma redenção, porque já não há educação no Brasil. Uma decisão dessas favorece jovens a utilizar a inteligência para fins positivos", finalizou Jefferson Witame Gomes Júnior, advogado de Oliveira.
As informações são da Agência Brasil.

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